segunda-feira, 25 de maio de 2015

Prefeitos Lúcio, Dr. Marinho, Lonza e Silvana sempre combateram visitas inoportunas de muares nas praças de Santo André-PB

Criadores ajudam ou fazem de propósito?


ADMINISTRAÇÃO RESPONDE :
Por Edgley Amorim


Houve um TEMPO que a cidade também foi tomada por porcos e cães... Mas esse tempo passou e apenas alguns jumentos resolveram insistir na redondeza... Vez ou outra eles vêm dar uma voltinha por aqui... O governo tem feito a sua parte; hoje existe um funcionário concursado designado especialmente para afastar esses animais da cidade e imagens como essas são isoladas - não é culpa do nosso servidor - a presença de muares diminuiu e muito nos últimos meses. 

O epílogo da noticia é bastante pejorativo, mas como parte de alguém que agiu apenas como um receptador, é, em parte, relevante... gostaria apenas de reforçar a todas as pessoas, inclusive aos comentaristas de outros lugares e os fantasminhas que se escondem por trás de um PSEUDO FACEBOOK, que desde a sua fundação, nos idos de 1994, alguns jumentos rodeiam o perímetro urbano de Santo André, e os Prefeitos Lucio, Dr. Marinho, Lonza e Silvana combateram essa visita inoportuna, pena que alguns criadores não ajudam ou o fazem de propósito. 

Estranho pra mim, particularmente, é que apenas hoje o nosso amigo HELENO, que vinha divulgando nos últimos anos e meses, tantas noticias fomentadas de informações valiosas se passe a um papel desse... estranho né? Certamente não foi a primeira vez que ele recebeu de alguém imagens assim... Porque apenas agora divulgar? Bom, vamos em FRENTE...

Jumento esculpido de cimento seduz jumentas em Monteiro



                                                Jumenta apaixonada
Em Monteiro, no Sertão da Paraíba, um jumento de cimento esculpido em frente à Casa Progresso, loja de artesanato localizada na Praça da Saudade, tem conquistado corações.
Se não bastasse o corre corre de um magote de cocotinhas quadrúpedes, atrás do dito cujo, uma jumenta maga, pálida, triste e sem apetite se mostrou de coração  partido com o bonitão que não lhe deu muita atenção.

Em plena era atômica, estátua de jumento vai subir ao pedestal

Ainda no corrente ano, vai chegar à desenvolvida cidade de Santana do Ipanema, no sertão de Alagoas, água encanada do rio São Francisco, através de mais de 100 km de tubulação. E no dia em que se inaugurar esse importante serviço público, uma estátua do jumento subirá ao pedestal. Será uma justa homenagem ao gado asinino, que em mais de dois séculos vem carregando água para a primitiva povoação, a influente vila e a progressista cidade alagoana, construída por criadores de gado do "sertão de fora", nos meados do século XVIII, à margem esquerda de um afluente temporário do "rio dos currais".
Quem primeiro teve a idéia de se erguer uma estátua ao jumento em meio ao sertão nordestino foi o escritor Mauro Mota, após viajar pelas caatingas da região semi-árida. Anos mais tarde, sem conhecer a sugestão de Mauro Mota, o senhor Adeildo Nepomuceno Marques, prefeito de Santana do Ipanema, também teve a idéia semelhante, para marcar em nossa cidade o fim do abastecimento de água por meio de ancoretas ou latas, transportadas no costado do laborioso quadrúpede.
Os habitantes da planície costeira nordestina e de outras partes do Brasil, onde reine a umidade característica dos climas equatorial e tropical, talvez estranhem essa homenagem a um pobre irracional, que não se destaca por sua força, nem por seu porte. Mas, os moradores da zona semi-árida julgarão muito justo esse reconhecimento ao bi-secular trabalho do asno, justamente quando ele será aposentado de longas fadigas, para dar lugar a um meio moderno de transporte de água, num empreendimento que muito honra Alagoas, qual seja o de levar água do rio São Francisco até a bacia leiteira do Estado.
Jumento não é burro
Se algum praciano pensa que Santana do Ipanema vai homenagear o burro, está muito enganado, porque jumento não é burro. Este é um híbrido dos gados asinino e cavalar, de modo que jumento não é jerico, jegue ou jopeu, o jumento pertence ao gado asinino, que provém da África e chegou ao Brasil através de Portugal, desde os primeiros tempos da colonização. A partir de São Vicente e Pernambuco, o pequeno e resistente animal espalhou-se pelo território brasileiro, acomodando-se principalmente na zona das catingas.
Mais de metade do rebanho nacional de asininos encontra-se nas terras do Nordeste, graças à rusticidade e sobriedade do jumento, que come qualquer coisa e bebe pouca água. Aliás a raça nordestina de asininos é a mais rústica das existentes em nosso país, abrangendo um rebanho superior a um milhão de cabeças. Acompanhando os sertanistas pernambucanos na conquista da margem esquerda do baixo São Francisco, o asno ajustou-se às condições do sertão de Alagoas, para onde os seus primeiros donos os levaram, subindo os vales secos do Traipu, do Ipanema e do Capiá.
Enquanto os fazendeiros lavravam os seus campos, criavam os seus gados e geravam os seus filhos, os jumentos ajudavam-nos duplamente, transportando os homens ou os produtos da terra e multiplicando-se em asnos e muares, estes resultantes de cruzamentos com o gado cavalar.
Cavalo de pobre
O jumento é o cavalo do pobre, na região semi-árida do Nordeste. O trabalhador rural ou o proprietário de pequena gleba, não tendo meios para adquirir um cavalo ou um burro, compra um jumento que é mais barato, para levar os seus produtos à feira e fazer as suas pequenas viagens. Lá uma vez na vida, quando a seca o ameaça, o sertanejo pobre faz uma grande viagem, com a mulher, os meninos, o cachorro e o jumento. Este carrega os "teréns", mas também descansa os meninos, que sobem para a cangalha ou montam na garupa do paciente animal. Quando a miséria cresce, no incerto itinerário, o retirante vende o "bichinho" para comprar farinha e um pedaço de carne de bode.
Nos tempos normais de bons invernos, o jumento é companheiro inseparável do homem pobre das caatingas. Tangido por um menino, vai buscar água na cacimba ou na fonte. Cavalgado pelo próprio dono, viaja léguas e léguas, imperturbável ao calor e às areias ou ao pedregulho das estradas. Se o amestram, aprende a ser "baixeiro", o que muito o valoriza para vendagem ou troca. Mesmo aos fazendeiros que possuem cavalos e burros, o jumento também é necessário, a fim de executar serviços mais humildes, tanto na roça como na cidade. Pode-se dizer que o jumento tem servido mais ao sertanejo que todos os governos juntos.
Nome de gente
Em cidade de Santana do Ipanema, com seus 10.000 habitantes, duas paróquias, serviço telefônico, ginásio, escola normal, escola de comércio, movimentada agência regional do Banco do Brasil, ótimo cinema e três clubes sociais, os jumentos são tratados carinhosamente e costumam ter nomes ou apelidos de gente. O engenheiro agrônomo Otávio Cabral de Vasconcelos, introdutor do arado no sertão alagoano, denominou de Agostinho e Francisquinho, dois jumentos do posto agropecuário da cidade. Agostinho era excelente funcionário público, bastante versátil a ponto de ser "baixeiro". O jumento Francisquinho, ao contrário, era uma desgraça: bonito e preguiçoso. Já o jumento Pedrão, do comerciante Pedro Agra, era bonito e trabalhador.
Na década de 1930, o jumento mais famoso de Santana chamava-se Mineiro e pertencia ao carregador de água Candinho. Há uns bons quarenta anos, uma menina santanense dizia com simplicidade: "Eu conheço três Juvená: dois, gente; e um burro". Acontece que o terceiro Juvenal não era burro, era jumento.
Lá em Santana, também diminutivos de nomes de outros animais são aplicados aos asnos. A família do autor destas notas possuía, além de animais de sela, como o cavalo Rucinho e as burras Castanha e Cigana, a jumenta Paquinha, para carregar água. Tão mansa era Paquinha que não temia nem o relho do seu tangedor Josias Mole, depois cabra de Lampião com a alcunha de Gato Brabo.
Sedução da água
O grande problema de Santana do Ipanema, em dois séculos de história, como povoado, vila e cidade, sempre foi mesmo a água. Água boa (de chuva ou de fonte) para beber e cozinhar. Água ruim (porque salobra), para os demais empregos. A água ruim é apanhada em cacimbas cavada no leito seco do Ipanema ou no próprio rio, quando ele chega. Pois em Santana, geralmente uma vez por ano, o rio chega. Esse fenômeno geográfico ficou gravado em nossa retina, desde os tempos da infância, e foi reavivado na maturidade em meados da década de 50.
Foi um domingo muito quente aquele 16 de janeiro de 1955. Logo à noite, começou a relampejar para as bandas das cabeceiras do rio. Na segunda-feira, o trovão — que é o "pai da coalhada" — reboou na cidade e os raios faiscaram a tarde inteira, numa bela trovoada. No dia seguinte, espalhou-se a notícia de que o Ipanema vinha descendo com muita água. Os boatos foram crescendo de intensidade. Todo o mundo só falava da cheia. Nas farmácias, nas barbearias e nos bilhares, não havia outro assunto: água abundante para o gado, água menos salobra para as casas, água nova para os banhos de rio.
"O inevitável tinha que acontecer": o rio chegou. Eram quatro e meia da tarde daquela morna quarta-feira, 19 de janeiro, quando uma larga e compacta massa de água barrenta, iluminada por um forte sol de verão, apontou na curva das Craibeiras. Quase toda a cidade desceu para receber o rio. O Ipanema passou veloz pela corredeira do Juá, porém demorou a cobrir o arenoso álveo que se estendia até a "ponte de pedras", tomando as cacimbas ali cavadas para minação, afugentando as lavadeiras e tangendo os jumentos dos pequenos aguadeiros
A lenta ocupação do Juá permitia que os molequinhos municipais saudassem a cheia, com danças e trejeitos, na frente da cabeça d'água, dividida em muitos braços, que serpenteavam no amplo areal. O bailado prosseguiu até as vizinhanças da corredeira do Estreitinho. O Ipanema entrou impetuoso no canal de granito róseo, revolveu as águas estagnadas do Poço dos Homens e continuou mais lento em direção ao sul, vencendo a resistência de um leito largo de areia grossa. Eram cinco horas da tarde, quando a cabeça d'água se escondeu na curva do Manuíno.
Nadadores arrojados ousaram enfrentar a torrente, dando saltos mortais da ponde da Camuxinga. À beira do rio, homens graves discutiam o volume da cheia, comparando-a com as da sua mocidade, enquanto respeitáveis senhoras falavam dos problemas domésticos que as águas novas iam provocar. O juiz de direito, o vigário, o prefeito, o promotor público e o delegado de polícia formavam a roda mais importante de comentadores da enchente. Grupos de moças e rapazes deleitavam-se com a oportunidade que a cheia lhes dava de namorarem calmamente, deixando o tempo e o rio correrem, naquele suave entardecer, lavado pelo alísio de sueste.
Somente noite alta, o Ipanema permitiu que o povo fosse dormir. E ao rumor das grandes águas, Santana em peso dormiu feliz .
("Em plena era atômica, estátua de jumento vai subir ao pedestal". Diário de Pernambuco. Recife, 29 de setembro de 1968)
Pesquisa : Sr. CARIRI

 


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